VIVENCIAL

Viver o cotidiano não exime da tarefa de pensá-lo, como não o faz a prática de experienciar a cultura em suas formas mais acabadas, inclusive naquilo em que nelas se imiscui a chamada vida comum. A proposta deste blog é constituir um espaço de intersecção entre esses campos vivenciais para pessoas que, como nós, têm na reflexão crítica um imperativo para a existência digna do corpo e do espírito – individual e social.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O ato falho de José Serra

"Estados Unidos do Brasil." Como se diz, fala sério: isso não é gafe coisa nenhuma; é um ato falho mais que sintomático dos anseios de nossas elites políticas e econômicas.

Mas criticar José Serra é, com o perdão da dupla redundância, chutar cadáver morto. Deus nos livre é da "ala jovem" (leia-se Alckmin e Aécio Neves) do tucanato. Vade retro!

4 comentários:

  1. naum eh cadaver eh cachorro morto

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  2. Eu nunca chamaria o José Serra de cachorro.

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  3. Meu camarada e colega de blog Sebastião Ricardo me alertou ontem que a candidatura de Serra à preferitura de São Paulo pode signifcar uma "ressureição" do mesmo. É verdade, e quem sou eu para decretar a "morte" política ou simbólica de quem quer que seja. E tampouco eu quero promover a demonização de quem que seja.

    Quem acompanha este blog sabe da virulência com que eu critiquei, em outros posts, o silenciamento estratégico, da grande mídia e dos próprios acusados (dos quais Serra é o principal), em relação ao livro A Privataria Tucana, que é um livro que, a meu ver, apresenta no múinimo elementos suficientes para uma investigação séria. Mas eu não tenho o direito de realizar qualquer condenação verbal a partir disso.

    Escrevo tudo isso não como mea culpa, mas para minimizar a impressão de uma hostilização gratuita. O que quero frisar é o seguinte: minha discordância com Serra, FHC e mesmo o PSDB em geral representam, é muito anterior a isso: ela tem a ver com o fato desse partido, dito social-democrata (e eu já tive minhas simpatias social-democratas, via Brizola, por exemplo), ter sido o grande agente da neoliberalização do Brasil.

    Acho que é difícil negar que o governo FHC realizou coisas importantes, a principal delas, provavelmente, a estabilização econômica, mas a um alto preço social. Em suma, não foi aos pobres que serviu a propalada eficácia econômica do governo FHC, e eu penso que, após a experiência de um governo de esquerda, política e socialmente criticável que seja (o assistencialismo e as concessões à "governabilidade"), o "pragmatismo" do "velho PSDB" (que não é o de Covas, que se livrou de "boa") configura um atraso lamentável, como é ainda mais o pendor francamente autoritário que as "novas lideranças" do PSDB têm demonstrado, como foi lamentável a má fé ideológica a que a derrota iminente conduziu a campanha Serra (para não dizer simplesmente "Serra") ano passado.

    Enfim, acho que merecemos coisa melhor que isso. Pra frente é que se anda, e é de governos (municipais, estaduais e federais) que continuem e aprofundem a tarefa de resgate da imensa dívida social apenas iniciada nos governos Lula que nós precisamos para construir um país decente.

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  4. Um colega me perguntou por e-mail sobre a charge completa com o Serra está "sonhando". Não consegui localizá-la na internet novamente, mas postei-a aqui: http://www.4shared.com/photo/xgCR8fLm/mickey.html

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